Tem aquele que canta
Tem aquele que encanta
Mas tem aquele,
Especialmente aquele,
Que canta e encanta.
Me ganha.
Era um estranho. Chegou bagunçando a minha mesa, arrastando minha concentração e gritando. Não falou em voz alta, mas deixou bem claro. Nada fazia muito sentido, minha vista foi espiralizando-se e a sua voz era apenas um plano de fundo. Tudo se agitava cada vez mais e ninguém estava percebendo. Minha mente alertava-me, periodicamente, que isso já acontecera antes e eu precisava partir rapidamente. Fiquei curiosa. Naquela saudável confusão, acabei ficando. Quis descobrir. Fui apreciar as estrelas. Logo, conheci os caminhos iluminados. Tudo era vivo. Mas ainda nada fazia muito sentido. E essa era a melhor parte, dentre tantas outras indecifráveis. Decidi ficar de vez. Achei a melhor ideia.
O estranho, subitamente, calou-se, olhou pra mim, saiu caminhando e tudo ficou em silêncio novamente.