sexta-feira, 25 de maio de 2012

Still here.

Um dia desses fomos ao parque. Pensando bem, faz uns meses, talvez até anos. Mas me lembro tão bem de sentir seu cheiro antes de sentir a presença e, em seguida, sentir seu toque macio e com gosto apaixonante. Ah, como me lembro...
Não encontrei o nome para este lugar, mas não era parque. Era apenas algo maravilhoso assim como vemos nos filmes, com grandes folhas caídas formando caminhos, com cheiro de paz e uma brisa de liberdade; era olhar aquilo tudo e sentir um arrepio na espinha, algo indescritível e eterno: como magia.
É interessante lembrar como apenas um dia que passamos ali foi tão intenso, tão verdadeiro, tão surreal, como se não existisse mundo lá fora, apenas nós ali juntos. Bem juntos. Mais interessante é que com a recordação vem o seu cheiro, o seu sabor, o seu toque, o seu olhar e até me aproximo para tocar a sua barba. Porém você se desfaz e me deixa aqui tentando reconstruir essa imagem para depois tentar te tocar de novo. Você simplesmente some entre os vãos dos meus dedos e o que me resta é voltar pra lá, para o nosso lugar e te procurar.

E aqui, no nosso cantinho, você vem caminhando em minha direção, corremos, abraçamo-nos, amamo-nos, beijamo-nos, conversamos, olhamo-nos... sentimos! Tudo volta à tona, como se nunca tivesse deixado de existir, apenas estava adormecido por um tempo, só faltava apertar o botão certo.
Não mais que de repente, você me deixa aqui de novo, vira as costas e vai andando, sem nem olhar pra trás, diz que lembrou da sua vida, que tem afazeres e está em busca do seu futuro. Eu fico aqui no seu passado, esperando que cada presente vire nosso futuro.

Eu continuo aqui reconstruindo a sua imagem, sentindo a brisa trazer seu cheiro e esperando pelo seu toque macio. Eu continuo aqui. Eu ainda estou aqui.